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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

XVIII - JACOB FUGGER – O BANQUEIRO DO RENASCIMENTO


Após os dramáticos eventos do século XIV, tais como a perseguição à ordem dos cavaleiros templários (1311 – 1319) , a Guerra dos 100 anos (1339 – 1453), a Peste Negra (1334 – 1352) e o cerco ao Império Romano do Oriente pelos islâmicos (1326 – 1453), os quais estenderam-se até a primeira metade do século XV, a Europa teve que enfrentar uma das maiores crises da sua história. Os grandes cataclísmas apocalípticos da guerra,  da fome, da peste e da carestia deixaram um rastro de destruição nos campos e nos burgos comerciais recem surgidos, oriundos dos vilarejos formados ao redor dos castelos medievais e das feiras promovidas para o comércio da produção artesanal e agropecuária regionais. As intempéries climáticas que comprometeram as produções agrícolas e pecuárias, também afetaram as condições das estradas em muitos casos interrompendo o fluxo  transporte de mercadorias e comprometendo o abastecimento dos vilarejos. As mortes decorrentes da guerras, das doenças e da fome dizimaram quase toda a força de trabalho européia, sendo que não houve uma família européia que não tenha sido tocada pela desgraça. Tal sofrimento humano, que estendeu-se por mais de um século, deu contornos a esse tempo de um período de trevas, causando a perda de esperança e a uma idéia de “castigo divino”, que conduziu os sobreviventes a uma conclusão: o ser humano nasce só, morre só e sua sobrevivência depende apenas de si mesmo e de sua capacidade de adaptar-se às circunstâncias e superar as adversidades de seu destino.  
As consequências desse período que avassalou todas as crenças dos europeus inicialmente foi o surgimento de tropas de mercenários, constituidas de desertores dos exércitos reais e ex-cavaleiros das diversas ordens militares católicas, em ambos casos guerreiros desencantados com os ideais que um dia tinham abraçado, que passaram a lutar em troca de pagamento de quem contratasse seus serviços ou de quem pagasse mais, dando origem ao soldado profissional e remunerado. Nos campos o declínio do trabalho servil que já vinha ocorrendo devida a migração dos servos para os burgos em busca do trabalho remunerado, bem mais lucrativo, passa gradativamente a dar lugar à mão de obra remunerada, em razão dos movimentos de reivindicação da supressão das obrigações feudais e do regime de servidão. Por sua vez os senhores feudais cada vez mais passaram a integrar o a rede econômica urbana, desejosos de obterem lucros mais fáceis e cada vez maiores com a atividade de compra e venda. Muitos deles passaram a perceber que seria muito mais vantajoso eliminar a servidão e pagar salários aos trabalhadores de suas terras. A escassez de mão de obra após o período da grande crise européia resultou não só na valorização do trabalho, mas também na própria valorização da capacidade de cada indivíduo para exercer sua atividade profissional.
Um dos maiores exemplos do surgimento do indivíduo competente e produtivo em sua atividade deu-se no seio da famíla Médici, de origem russa que fixou-se na região da Toscania ao norte da Itália no século XIII, que através da transformação da lã e do comércio textil veio a adquirir a sua riqueza inicial. Durante o período da peste negra (1334 – 1352), a família  teve entre seus membros “físicos”, titulo que designava na época os praticantes de medicina, os quais fundaram o Hospital Tozzy Firenze, em Florença, que tornou-se renomado por toda a Europa, sendo responsável por salvar muitas vidas. O hospital deu aos Médici grande renome apesar de serem destituídos de nobreza, mas em razão do trabalho prestado galgaram uma posição aristocrática na sociedade florentina com tal sucesso que por sua influência poderosa não só passaram a governar Florença (1378) como em 1397, com a fundação do Banco Médici, a tornaram o grande centro econômico-financeiro, da Europa. Pode-se dizer que a família Médici é o primeiro exemplo do grandioso sucesso do poder burguês nascente na Europa, que naturalmente em razão da posição alcançada em algum momento passa a se revestir de títulos de nobreza, não devido ao tal “direito de nascença”, mas, sim, devido ao próprio mérito,  pela capacidade individual do indivíduo de exercer sua liderança alcançada por sua competência profissional.  

Um dos raros retratos pintados de Lorenço de Médici em vida
Quando em 1469, com apenas 20 anos, Lorenço de Médici (1449 – 1492) assumiu a direção  do Banco Médici, ele trazia na cabeça idéias adquiridas durante seus estudos em Veneza e Milão, assim como da sua própria experiência em viagens diplomáticas a serviço de seu pai, que o dotaram de um caráter conciliador. No que diz respeito a atividade bancária, não via com bons olhos a exploração financeira-econômica, sua incompetência para os negócios bancários revelou-se de pronto por sua incapacidade de cobrar o emprésitmo feito a Eduardo IV da Inglaterra para que se sustentasse no poder com o apoio dos barões inglêses, cuja vultuosa quantia nunca seria recuperada e obrigaria ao fechamento da filial do banco em Londres, em 1472. De modo que a decisão de Lorenço de dar ao banco uma função filantrópica caritativa assim como de patrocinador das artes, porquanto ele mesmo era um poeta e filósofo, usando dos fundos bancários para investir na modernização de Florença e na administração pública, levaria o Banco Médici a grandes perdas financeiras e de poder, tanto por seu descuido com os vastos negócios bancários, como pela liberdade dada aos seus administradores das filiais no estrangeiro e pela falta de uma administração central firme acarretando o fechamento das filiais uma a uma. Nem mesmo a boa relação que Lorenço mantinha com o sultão Mehmed II do Império Otomano, cujos negócios com o comércio marítimo otomanos foram no passado grande fonte de riqueza para os Médici, impediria que o Banco Médici perdesse seu prestígio econômico-financeiro na Europa.
Lorenço de Médici foi  em essência um grande estadista – apesar de ser tido como um tirano em razão das exigências das circunstâncias de seu momento histórico que instalara o caos e a necessidade do restabelecimento de uma nova ordem –, que como governate de fato de Florença buscou promover a conciliação estre os Estados da Itália em busca de uma união harmoniosa, conseguindo estabelecer um entendimento entre eles e um período de paz, que no espaço de alguns anos resultou no nascimento de uma nova cultura humanista.   
Máscara Funerária de Lorenço de Médici
Assim, foi como um mecenas que Lorenço cumpriria o seu propósito intimo de lançar uma semente transformadora do mundo ao seu redor. Não foi em vão que dedicou grande parte de sua fortuna a serviço das artes, menos ainda o fato de ter aliado o Banco Médici ao governo de Florença,  certamente se ele não tivesse agido dessa maneira nós jamais teríamos ouvido falar de Sandro Boticelli (1445 – 1510), Leonardo da Vinci (1452 – 1519), Erasmo de Roterdã (1466 – 1536), Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) – o qual escreveu sua obra master "O Príncipe" analisando sua convivência com Lorenço –, ou Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564) – que morou no Palácio Médici quando jovem – e todos outros mais, que em algum momento de suas vidas fizeram parte do círculo privilegiado de cabeças pensantes na reconstrução do mundo, partilhando uma filosofia neoplatônica, tão apreciada por Lorenço, que partia da noção da importância do ser humano e da necessidade do indivíduo cultivar-se através da cultura, procurando a um só tempo um constante aprimoramento do corpo e do espírito.
Em razão da decepção com o coletivismo, nasceu a valorização da individualidade e do objeto que a caracteriza, o corpo humano, suas sensações e sua capacidade racional. O que leva cada vez mais o grupo de pensadores que rodeava Lorenço a transformar as idéias que entre eles vicejavam em obras de arte, usadas como uma espécie de “propaganda subliminar” para divulgar esse novo pensamento, em tudo revolucionário em seu tempo, sem entrar assim em confronto direto com a Igreja Católica de Roma, porquanto esta surgente filosofia humanista que valorizava a razão humana como única fonte do conhecimento entrava em confronto com o pensamento escolástico da igreja cristã, que afirmava que o conhecimento humano era resultado de uma mistura de fé e razão, dependente da graça divína e do esforço humano, porquanto a natureza humana tendia ao mal, condenada pela marca do pecado  original. Contudo, quando o filho de Lorenço, João Lorenço de Médici (1475 – 1521) tornou-se o papa Leão X (1513) não só era impregnado pelas idéias de seu pai como elas estavam espalhadas pela Europa de tal forma que uma verdadeira revolução teria seu início.
Foi por causa de Lorenço de Médici que Leonardo da Vinci foi empregado em 1482 na corte do Duque de Milão Ludovico Sforza, um grande aliado de Lorenço. Quando Leonardo estava às voltas com o projeto de um monumental cavalo de bronze para o duque chegou à corte de Milão em 1497 o grande matemático toscano e frade franciscano Luca Pacioli (1445 – 1517), vindo também à convite ducal de trabalho. Assim,  ambos estando ao serviço da corte de Sforza, Leonardo e Paccioli não só se conheceram como tornaram-se amigos, moraram juntos e trocaram idéias geniais. Com o cerco de Milão pelas tropas francesas em 1499, Leonardo e Pacioli fugiram para Veneza, onde Leonardo empregou-se como arquiteto militar e engenheiro. Mas, logo foram para Florença e ficaram hospedados no Monastério de Santissima Annunciata, contudo o talento de engenharia militar e para fazer mapas de Leonardo foi requisitado em 1502 pelo novo governante de Florença, César Borgia (1475 – 1507), filho bastardo do papa Alexandre VI. Assim, Leonardo da Vinci passou a integrar o grupo que acompanhava César Bórgia em suas campanhas militares com um exército de mercenários italianos e suiços em nome do papa,. Nesta ocasião Leonardo teve como seu companheiro de destino ninguém mais que Nicolau Maquiavel. Mas, Leonardo retornou à Florença em 1503, ficou por lá até que foi chamado de volta à Milão pelo Duque de Sforza em 1506, ficando entre idas e vindas à Florença para tratar de negócios familiares até 1508, quando então fixou residência em Milão, onde permaneceu até que o papa Leão X, filho de Lorenço Médici, o chamou à Roma em 1513, onde juntou-se ao velho companheiro de reuniões no palácio de Lorenço de Médici, Michelangelo e o novo protegido dos Médici, o pintor Rafael, no trabalho de construção e acabamento da Basílica de São Pedro. E foi por indicação de Leão X, que Leonardo foi servir à corte do novo rei da França, Francisco I em 1516,   onde faleceu em 1519, para tristeza de seu amigo e admirador, Francisco I.
A importância do frade Luca Pacioli na vida de Leonardo Da Vinci é raramente mensurada, possivelmente porque carece de reconhecimento a genialidade matematica desse monge franciscano, pouco comentado pelos historiadores, cuja a obra não só foi fundamental para os projetos surpreendentes de Leonardo da Vinci como à estruturação econômica e financeira do processo capitalista, que passará a se instalar na cultura européia, dando as condições necessárias ao lançamento de todo um novo processo de desenvolvimento que assegurará o progresso da sociedade humana até os nossos dias.
      Frade Luca Pacioli e assistente por Jacobo de Barbieri (antes de 1516)
Luca Pacioli nasceu no vilarejo de Borgo de Sansepolcro,  na região da Toscania ao norte da Itália, em 1445. Sua educação inicial se deu em linguagem vulgar e não em latim, recebendo aulas de seu conterrâneo o matemático e pintor Piero della Francesca (1412 – 1492). Aos vinte anos foi para Veneza para ser preceptor dos filhos do comerciante Antonio Rompiasi. Enquanto desempenhava essa função deu continuidade aos seus estudos matemáticos e geométricos em uma escola pública dependente da Universidade de Veneza, e começou a escrever seu primeiro livro. Quando seu empregador faleceu em 1470, Pacioli recebeu o convite de um dos primeiros investigadores da perspectiva geométrica, o arquiteto León Battista Alberti (1404 – 1472), para ir para Roma. E, em 1472, Pacioli ingressou na ordem de São Francisco de Assis.
Já como frei franciscano Luca Pacioli  se mudou em 1475 para a cidade de Perugia para lecionar matemática e ocupou a primeira cátedra de Matemática em sua Universidade de 1477 a 1489, porém em 1481 passou uma temporada em Zara (atual Croácia) onde escreveu um manual de matemática de fácil compreesão em linguagem vernacular para seus estudantes. Em seu retorno à Perugia passou uma temporada em Florença, possivelmente frequentando o círculo dos pensadores e artistas humanistas neoplatônicos de Lorenço de Médici. Certo é que quando do seu retorno à Universidade de Perugia em 1486 obteve o título de Magistrado e lecionou Matemética de 1486 a 1489. Mas, devido a sua saúde frágil e esgotado Pacioli abandonou a docência e fixou residência em Roma. Em 1490, a convite do duque de Urbino, Guidobaldo de Montefeltro, ensinou teologia e matemática em Nápoles, mas logo retornou para sua cidade natal,  permanecendo em Sansepulcro de 1490 a 1493 preparando a sua obra master “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et proportionalitá”. Em 1493 chegou a lecionar em Pádua, mas assim que terminou a redaçãos da sua obra mudou-se para Veneza para supervisionar os trabalhos de impressão, pois a esta altura  as impressoras de Gutemberg já tinham se espalhado por todas grandes cidades européias.
Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalitá
Em 1494, o livro de quase 600 páginas de Pacioli chamado “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et proportionalitá” foi publicado em Veneza trazendo um tratado sobre a metemática comercial, o chamado “método veneziano” – o qual segundo algumas fontes teria se originado do método introduzido por Giovanni de Mádici na administração contábil do Banco  Médici –, e que Pacioli fora instruído em Perugia a não ensinar aos seus alunos, porquanto era considerado a razão do sucesso comercial da elite dos negociantes de seu tempo, sendo essa uma das causas que o fez abandonar a docência. 
Mas do que trata esse secretíssimo “método veneziano”?  Em seu “Traestus XI – Particularis de computis et seripturis”, Pacioli por 36 capítulos escreve o tratado de contas de contabilidade usando a partida dobrada, onde define as regras fundamentais do príncipio matemático e o da partida dobrada”:
1ª. Não há devedor sem credor ( ou débito sem crédito);
2ª. A soma que se debita a uma ou várias contas tem que ser igual a que se credita (ou cada débito corresponde a um crédito de igual valor);
3ª. Todo que recebe deve a pessoa que dá ou entrega;
4ª. Todo valor que ingressa é do devedor e todo valor que sai é do credor e
5ª. Toda perda é devedora e toda ganância (perspectiva de lucro) é credora.
Em seu tratado Pacioli aconselha o uso de quatro livros de acompanhamento de contas: o de inventário e balanços, o de comprovantes, diários e o maior, que correponderiam ao Livro Razão (ordem sistemática, que demonstra resultados de lucros ou de perdas), ao Livro de Contas Correntes,  ao Livro Caixa (recursos disponíveis, dando o conceito de que o valor em caixa é igual ao capital consolidado disponível para uma transação) e ao Livro Diário (ordem cronológica)  e, como são conhecidos na contabilidade moderna.  Pacioli ensinou como essas contas deveriam ser feitas em colunas demonstrativas organizadas em folhas de balanço de uma categoria contábil de forma a relatar a atividade do fluxo de entrada e saída de valores, e avisava que uma pessoa não devia dormir antes de igualar os débitos aos créditos, ou seja os ganhos aos gastos, para manter suas contas financeiras em dia. 
Ora em tempos de crises comerciais como no final do século XV, o livro de Pacioli foi um salto qualitativo nas relações comerciais européias onde a falta de controle da administração dos negócios era sempre a causa primeira de levar os empreendimentos comerciais à falência. Não é sem motivo que Luca Pacioli é considerado nos dias atuais o pai da “contabilidade” e o criador do conceito de “capital” (=  dinheiro em “caixa”, em refer6encia a caixa usada pelos comerciantes venezianos para guardar o dinheiro das negociações).
Um dos poliedros desenhado por Da Vinci para Pacioli
Por conta do sucesso do seu livro é  que Pacioli foi chamado por Ludovico Sforza para sua corte em Milão em 1496 e deu aulas de matemática à Leonardo Da Vinci enquanto conviviam juntos. O resultado da intíma relação entre esses dois gênios foi o livro escrito por Pacioli em Milão de 1496 a  1498, chamado “Da Divina Proporção”, onde ele permeou a Matemática com uma  especulação neoplatônica, apresnetando um estudo de perspectiva que revolucionaria desde a arquitetura como sem dúvida a prática artística da pintura e da escultura. Em paga dos preciosos conhecimentos recebidos do frei franciscano, Leonardo da Vinci realizou os desenhos dos sessenta poliedros que aparecem no livro e outros temas explicativos, que tornaram essa obra uma das mais importantes do tempo renascentista e explica o grande progresso nas obras de artes e mesmo na aquitetura a partir de sua publicação. Contudo, é preciso não esquecer que o conhecimento matemático fornecido por Leonardo Fibonacci (1170 - 1250) em sua obra, responsável por introduzir a numeração com digitos de zero a 9 como novo sistema numeral, o livro de cálculo e outros conceitos matemáticos  foi deveras fundamental para que Pacioli pudesse dar tanto uma natureza prática à Matemática em sua obra de contabilidade, como uma natureza especulativa com seus estudos de perspectivas e frações.


Divina Proporção


Após a já comentada fuga de Leonardo e Pacioli de Milão em 1499, passando por Mantua e seguindo para Veneza e indo para Florença, logo ambos se separariam, Pacioli retomou a docência dando aulas nas Universidades de em Piza e Bolonha a partir de 1500. Em 1505 regressou a Roma permanecendo até 1508, quando viajou para Veneza para supervisionar a publicação “Da Divina Proporção”, que saiu da prensa em 1509, retirando-se depois para sua cidade natal em razão de sua delicada saúde. Mas, seu descanso não durou muito, pois do mesmo modo o papa Leão X,  chamara a Leonardo da Vinci para ajudar na obra da Basílica de São Pedro em 1513, Luciano Pacioli também foi convocado por Leão X em 1414, sendo instalado como professor da Sapienza, a Universidade da “cidade eterna”, em Roma, onde os dois amigos, Leonardo e Pacioli, puderam se reencontrar pela última vez. Pacioli veio a falecer em 1517, em sua cidade de nascimento em Borgo de Sansepolcro, deixando atrás de si uma semeadura de conhecimento tão vasta, que daria tantos e tantos frutos, que nem ele mesmo com a sua genialidade matemática  poderia ter calculado que seria possível.




Neste mesmo período a influência germânica passara a se expandir num processo de germanização aos territórios avizinhados aos ducados germânicos, absorvendo fazendeiros, comerciantes e artesões, atraindo também um crecente número de refugiados judeus perseguidos em outras partes da Europa  em razão do progresso e do desenvolvimento comercial da região. Assim, o final do século  XV é marcado pelo aumento da influência da emergente burguesia germânica oriunda das atividades comerciais da Liga Hanseática (Hansa), a qual expandia-se com a adesão de um número crescente de cidades mercantis ao norte da Europa, formando uma rede comercial na qual os germânicos passaram a adquirir cada vez mais poder.
Com essa burguesia germânica que se fortalecia às expensas da aristocracia feudal, surgiu o conceito de “propriedade”, que passa a substituir as antigas formas de juridição, que davam limites dentro dos quais a autoridade podia ser exercida. A “posse” de terra deixa de ser um benefício restrito à hierarquia política imperial romana da nobreza e da qual outros poderes derivavam, para vir a ser uma “propriedade” passível de ser adquirida e comerciada e da qual derivavam não só direitos, mas também  as obrigações. No entanto, note-se que este tipo novo de juridição não contava a este tempo com o amparo de uma legislação, a qual não existia ainda virtualmente. As práticas jurídicas, a este tempo, se davam com base em costumes tradicionais e nas cortes jurídicas as leis eram descritas segundo as práticas comuns.
A influência comercial de Bruges em 1487
Em termos de divisão política o território germânico como Império Sacro Romano era dividido em cinco ducados. Durante o século XII o duque de Swabia, Rodolfo de Habsburg (1218 – 1291)  adquiriu os ducados da Áustria e da Styria, e em 1273, fundou a dinastia alemã da casa dos Habsburg, que passou a expandir sua influência na Europa através de casamentos e pelos ganhos de privilégios papais. Desse modo no século XV o filho de Frederico III de Habsburg (1415 – 1493), Imperador do Sacro Império Romano e da infanta Eleanor de Portugal, Maximiliano II de Habsburgo (1459 – 1519) casou-se com a única neta do Duque de Borgonha, Filipe III, o Bom, que havia fixado sua corte na poderosa cidade comercial de Bruges, atraindo para ela muitos banqueiros e personalidades proeminentes, levando a cidade a ser consideras a “Veneza do Norte”. De seu casamento com a Duquesa Maria de Borgonha e Brabant (1457 – 1482) nasceu Filipe I de Habsbugo, cognominado o Belo, fato garantiu aos Habsburgo o domínio comercial da região ao norte da Europa. Por sua vez, Filipe I, o Belo, casou-se com Joana de Castela, a filha de Ferdinando II de Aragão e de Isabel de Castela, os reis católicos da Espanha, cuja a irmã Catarina de Aragão casou-se com Henrique VIII, rei da Inglaterra, fato que levaria Filipe I, o Belo, a instalar uma representação da casa de Habsburg e de sua corte em Londres. E será do casamento de Filipe I, o Belo, com Joana de Castela que nascerá uma das figuras mais proeminentes do século XVI, Carlos V (1500 – 1558), Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. (1512), que por sua vez casou-se com a filha de Dom Manuel I de Portugal e Maria de Aragão (filha também de Ferdinando II e Isabel, reis católicos da Espanha). Tais casamentos deram origem ao famoso círculo de poder em torno da França, o chamado “anel de ferro dos Habsburg”, responsável por uma série de acontecimentos determinantes do futuro dos reinos europeus.
Mapa do "Anel de Ferro Habsburg"

É neste cenário da conquista de poder dos Habsburgo em busca do domínio comercial europeu, que irá surgir um personagem oriundo da emergente burguesia germânica cujo papel excederá amplamente as expectativas de ascensão ao poder de um homem comum destituído de nobreza, podendo-se dizer que ele foi fundador do ideal capitalista do “made self man” , o nome desse home era Jacob Fugger.
Jacob Fugger por Albecht Dürer – 1518
Jacob Fugger (1459 – 1525) nasceu na cidade germânica de Augsburg, uma cidade que apesar de não fazer parte da Liga Hansa veio a ser cada vez mais beneficiada pelo progresso decorrente dela, em razão da qualidade de suas manufaturas, de sua tecelagem e  de seu comerciantes de prata, ouro e cobre. Ele era o nono filho de dez filhos de uma família de comerciantes de Augsburg. Dois de seus irmãos morreram em 1460 e quando ele tinha dez anos seu pai morreu também, assim seus irmãos mais velhos Ulrich Fugger (1441 – 1510) e George (1453 – 1506) tomaram à frente dos negócios da família e começam a criar as bases para o crescimento da companhia, abrindo negócios de manufaturas em Nuremberg e Veneza. Ocorreu que em 1473 uma grande oportunidade bateu à porta dos Fugger, Ulrich foi encarregado de fornecer as novas vestimentas para o imperador Frederico, seu filho Maximiliano I e seu séquito em sua viagem de visita ao Duque de Borgonha, Carlos, o Calvo, (filho de Filipe III, o Bom) quando se daria o noivado de sua filha Maria com o jovem Maximiliano. Assim, Ulrich financiou toda a opulência desejada pelo monarca e pelo empréstimo recebeu o brasão de família ornado com um lírio em 1473. Esse foi o início de uma relação muito lucrativa entre a família Fugger e os Habsburg.
No mesmo ano de 1473, Ulrich Fugger decidiu que seus dois irmãos menores Jacob e Marcos deveriam seguir a carreira clerical. Marcos, o caçula, ficou em Roma encarregado de lidar com as remessas de dinheiro da venda de indulgências para a corte papal. Jacob foi encaminhado para o mosteiro franciscano em Herrieden, na Alemanha, onde permaneceu até a morte de seu irmão Marcos em Roma, em 1478. Então, Ulrich considerou que com o crescimento dos negócios, agora com os irmãos Fugger reduzidos a apenas seis, seria melhor encerrar a carreira clerical de Jacob e o instalou na Fondaco dei Tedeschi, sede dos negociantes germânicos em Veneza, para ser instruído nas artes comerciais venezianas.
Em seu primeiro ano de estudos na Itália, Jacob acompanhou seu irmão Ulrich em suas constantes visitas à Roma e à Florença, onde teve acesso tanto ao círculo de poder papal como ao círculo de influência  de Lorenço Médici assim como de outros poderosos daquele tempo. Portanto, Jacob Fugger teve a rara oportunidade de conhecer as sutis conexões entre os comerciantes e os príncipes e a igreja. Durante a sua permanência na Itália por nove anos, de 1478 a 1487, Jacob se dedicou à sua formação como negociante, estudando o famoso método veneziano das partidas dobradas, que seriam divulgadas por Pacioli em sua “ Summa” , publicada em Veneza, no ano de1494. Não se pode desconsiderar a possibilidade de Jacob Fugger ter tido algum tipo de contato Luca Pacioli, pois naquele tempo, praticamente todas pessoas influentes se conheciam entre si. As idéias humanistas neoplatônicas que vicejaram na corte de Lorenço de Médici sem dúvida transpareceram na formação do caráter de Jacob Fugger, refletindo-se com a passagem dos anos em vários aspectos da condução de sua vida privada e de seus negócios.
Após ter tomado intimidade com todos os negócios da família pela Europa em sucessivas viagens, seria em Salzburgo que Jacob demonstrou pela primeira vez seu notável talento comercial, ao fazer um empréstimo aos trabalhadores autonomos das minas de prata de Salzburgo necessitados constantemente de capital. Jacob emprestou o dinheiro com o uso de boletos da dívida e pediu uma participação na mineradora, introduzindo-se assim no negócio de mineração e eliminando intermediários. Esse negócio o conduziu em 1485 à gerência da filial dos negócios da família Fugger em Innsbruck, de onde dirigiu sua atenção para os negócios das mineradoras na região do Tirol.
O primeiro grande empréstimo negociado por Jacob Fugger foi para o Arquiduque Segismundo, governante da rica zona mineira de Schwaz em 1487, marcando de fato a fundação do Banco Fugger. O arquiduque era o proprietário único dos direitos de um arrendatário privado de mineração, que pagava-lhe com uma parcela de seu usufruto. Contudo, o arquiduque sempre envolvido em dívidas por conta de seus gastos desmedidos era obrigado a  pedir sempre empréstimos para o sustento de sua corte, onde mantinha seus quarenta filhos bastardos e para a sua intensa atividade construtora. Em 1488 a dívida do arquiduque com Jacob Fugger era de mais de 150 mil florins, uma verdadeira fortuna que o duque não teria como pagar. Jacob então ofereceu uma proposta ao arquiduque de que faria os pagamentos diretamente aos credores dele, à casa real, aos artesões, aos soldados e todos à serviço do arquiduque, em contrapartida Jacob receberia os pagamentos diretamente dos devedores do arquiduque, suas garantias sobre os altos funcionários e principalmente os pagamentos das concessões das minas do Tirol. Ou seja, em poucas palavras, com a proposta aceita pelo arquiduque Jacob trocou a dívida do arquiduque com ele pelo direito de administrar economicamente e financeiramente a região do Tirol e inclusive a própria vida da corte do arquiduque, como resultado Jacob obteve as conexões necessárias para conseguir logo depois o monopólio da prata no Tirol. Esse foi o início de um extensivo envolvimento da família Fugger com a mineração e os metais preciosos, que transformariam os Fugger em banqueiros, permitindo que tivessem domínio sobre a casa da moeda do Tirol – a encargo também de Jacob –, podendo comprar o marco da prata a cinco florins e revendê-lo a oito, podendo também duplicar seu valor ao aliar a prata com o cobre.
Em 1489, Jacob Fugger encontrou-se com o jovem Maximiliano na feira de Frankfurt, o estreitamento da amizade entre ambos resultou em 1490 na abdicação do arquiduque Segismundo a favor de Maximiliano, motivada pelo julgamento público da má administração dos territórios tiroleses por Segismundo, de modo que todos créditos do arquiduque passaram Maximiliano, créditos estes que continuaram sendo admistrados pelo Banco Fugger, logicamente. Logo, os Fugger tornaram-se os mais importantes prestadores de serviços financeiros dos Habsburg, porém quando Maximilano subiu ao trono demonstrou ser um gastador muito maior do que algum dia o fora o arquiduque Sigismundo, o que colocou o novo imperador também nas mãos dos banqueiros Fugger, porém foi com o apoio inquestionável de Jacob Fugger que a casa dinástica dos Habsburgo tornou-se dominante no Sacro Império Romano.
Com o prestígio econômico-financeiro e político em alta, restava a Jacob Fugger a ascenção social tão desejada, assim ele casou-se em 1498 com uma Grã-burguesa (ou grã-cidadã) de Augsburg, Sibylla Artz, abrindo caminho para que ele se elevasse na aristocracia social como Grão-burguês (ou grão-cidadão) de Augsburg, chegando mais tarde até a ter um assento no conselho da cidade. Pelos serviços prestados aos Habsburg, Jacob seria elevado a nobreza do Sacro Império Romano em 1511, com o título de "conde". Os serviços indispensáveis de jacob para o sucesso das grandes ambições de domínio econômico da Europa pelos Habsburgo, agregou a ele não só a fama do homem mais rico da Europa mas como o de maior banqueiro que a Europa já tinha visto até então. Assim, naquele tempo, tal como alguém já o disse, não saber quem era Jacob Fugger eseria o mesmo de aguém hoje não saber quem é Bill Gates!!!
Jacob Fugger tinha um verdadeiro espírito capitalista, como negociante domínou o comércio do papel, em grande procura por causa da disseminação das impressoras (Gutemberg) que permitiam a publicação de livros em massa, assim como imperava sobre o comércio de especiarias, bens de luxo, perolas e gemas preciosas. Por conta de seus negócios comerciais patrocinou financeiramente as viagens marítimas de Vasco da Gama para a Índia, de Francisco de Almeida e de Fernando de Magalhães e de ninguém mais que Pedro Alvares Cabral, descobridor do Brasil. Jacob Fugger foi o primeiro a investir no Brasil, fazendo de Fernão de Noronha representante de seus interesses na nova colônia portuguesa. E seus negócios com os navegadoras e as terras novas eram extremamente facilitados por conta do “anel de ferro dos Habsburg” e suas alianças familiares com Portugal e Espanha.
Fugger era movido não só pelo seu desejo de subir socialmente numa hierarquia européia engessada pelo culto pessoal dado pelo direito de nascimento da nobreza, ele tinha paixão não por apenas fazer algo, mas por ter lucro com o que fazia e obter assim cada vez mais riqueza. O dinheiro para ele era um fim e não apenas um meio, em razão disso o conhecimento que ele obteve na Itália da “arte da contabilidade”, não era para ele meramente uma técnica contábil, mas bem mais do que isso, Fugger via na contabilidade o seu real propósito que era o de auxiliar a obter mais e mais riqueza.
Agência e Comércio do Banco Fugger  (1495 -1525)
Jacob viajava regularmente às suas sucursais na Europa, nas quais instara um método administrativo deveras eficiente, tendo um diretor para cada uma com um time de funcionários constituído de dez contadores, dez caixas, dez escriturários, dez secretários e etc., empregados por um contrato de duração determinada de 6 à 8 anos. Fugger mudava seguidamente seus diretores de uma sucursal para outra para impedir que estabelecessem laços pessoais e profissionais nas cidades e eles não tinham o direito de fazerem negócios por conta própria. Jacob muito ciente da necessidade de proteger seus interesses formou uma rede de informação, comparável a um "serviço secreto" de espionagem,  e, igualmente, estabeleceu um serviço próprio de correios, de modo que todas as correspondências de negociações entre as partes envolvidas eram obrigadas a passarem pelas mãos do agente de Fugger, em Innsbruck. Paralelamente, Jacob Fugger usou parte de sua fortuna patrocinando não apenas a ordenação de padres como exércitos de mercenários, particularmente o primeiro contingente de mercenários suiços pedido pelo papa Julio II,  pedido à Confereação Helvética em 1505, que passou a ser conhecido como Guarda Suiça do Pontífice em 1506, e que serviu sob às ordens de César Borgia, investimentos que garantiram ao Banco Fugger ter o papado entre seus principais clientes.
Jacob Fugger estabeleu uma espécie de “arte da riqueza”, considerando que o racionalismo econômico era um requisito fundamental para o sucesso dos negócios. Ele era um desapaixonado, combatia o otimismo mal colocado, sempre colocando-o sob a luz de um escrutínio racional. Defendia a idéia de que apenas quando todas as medidas de precauções foram tomadas o otimismo se fazia necessário para que qualquer empreendedor se justificasse na tomada de decisões. Uma de suas máximas era: “en affaires comme en affaires”, isto é, negócio é negócio e é preciso negociar com isso.
Jacob Fugger se ateve à reflexão de Maquiavel e a seu conselho que “o verdadeiro estadista deve manter a cabeça calma e procurar apenas o que é realizável”, ou seja, não buscar lucros excessivos, mas reconhecer os limites apropriados de cada transação, esta seria a chave do segredo da força e do poder. Ele considerava a segurança de cada empreendimento, inclusive aquelas que não tivessem sido aventadas em termos de longo prazo, de forma a não gastar energia em várias oportunidades recorrentes constantemente presentes sob todas condições de negócio. Ele considerava que era preferível negócios menores mas certos e lucrativos do que grandes negócios mas mais arriscados, e foi assim com a soma de pequenos negócios que ele adquiriu o monopólio europeu da prata e lucraria absurdamente com o ouro do novo mundo trazido nos galeões espanhóis.
Sabiamente, Jacob Fugger adotou para si um conselheiro jurídico, o humanista Conrad Peutinger (1465 – 1547), que estudara Direito na Universidade de Pádua, vindo a ocupar o cargo de secretário adminstrativo de Augsbugo em 1497. Assim, o moderno jurísta com espírito forjado pelo Direito Romano e pela individualização pagã do neoplatonismo florentino e que dava às costas à organização social solidária cristã germânica uniu-se ao moderno negociante que não aceitava os limites do “altruísmo” cristão para seu desejo de adquirir lucros e estabelecer empreendimentos. Dessa parceria racionalista um novo rumo legal germânico foi definido, responsável pela defesa legal do direito das companhias comerciais, dos comerciantes e dos produtores de calcularem o próprio preço das mercadorias que negociavam e da tolerância com os monopólios capitalistas e cartéis.  Sob a influência de Jacob Fugger, Peutinger escreveu: “Todo comerciante é livre para vender suas mercadorias como queira, como possa e como escolha. Nesta ação, ele não comete pecado contra a lei canônica, nem é culpado de uma conduta antisocial. Por conta dessa lei canônica ocorre regularmente dos comerciantes, para prejuízo deles, serem forçados a venderem suas mercadorias mais baratas do que eles as compram.” Da cooperação entre Fugger e Peutinger surgiu uma nova política comercial imperial, que estabeleceu uma “legislação comercial”, algo até então inexistente e que seria adotada em vários centros comerciais europeus.
O Banco Fugger sob a direção de Jacob Fugger tomou cada vez mais o lugar do Banco Médici, que enfraquecido com a má administração perdia seguidmente os seus contratos e sua influência política para seu único concorrente. Jacob Fugger não era só muitíssimo rico, mas também politicamente protegido pela ligação de sua fortuna financeira ao poder político dos Habsburgo, que não só eram governantes da Áustria e de grande parte da Alemanha, mas em dado tempo tornaram-se também governantes da maior parte do Novo Mundo. Portanto, não é de admirar que Jacob Fugger passou a ser presença imprescindível na mesa de negociação dos reis europeus.
O grandioso poder de Jacob Fugger deveu-se à sua capacidade de sustetar com fidelidade e convicção os interesses dos Habsburgo, os apoiando com o poder de sua riqueza e do seu crédito a política imperial nas esferas temporal e espiritual. Porém, Jacob Fugger, prudentemente, jamais foi tão longe que seu poder fosse exposto e descoberto. Ele permitia-se ao orgulho pessoal tendo consciência de ser indispensável e de seu extraordinário poder – uma posição ímpar nunca antes alcançada por um homem comum–, mas guardava para si, sem nunca mostrar nenhum traço de vanglória. E, ele com calma fria e calculada fazia objetivamente seus negócios. Essa postura discreta foi sem dúvida a razão de seu grandioso sucesso em todos os aspectos de sua vida e pela conservação de sua influência poderosa até o fim dos seus dias, sendo ele, direta ou indiretamente, responsável pelos caminhos do destino europeu a partir do século XVI, como nós poderemos constatar no próximo capítulo.

8 comentários:

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    1. Caro Sr. Ademar Duque Jr, (Horizonte)
      Não foi bem assim, Jacob Fugger não levou tudo quando morreu, por sinal nenhum de nós leva não é? A minha proposta foi sempre escrever uma segunda parte da história de Jacob Fugger, revelando o que aconteceu após ele ter se tornado o homem mais poderoso e rico da sua época e o legado que deixou para as gerações futuras (basta dizer que até hoje o sistema bancário contemporâneo é baseado no sistema de Fugger), mas toda pesquisa requer seu tempo e um certo amadurecimento de análise, para só então ser possível se escrever um texto sintético que ofereça boas informações, considerando que nos meus textos eu sempre entrelaço as relações de influência e poder dentro da sociedade da época, uma espécie de quem era quem, quem era amigo de quem etc. e tal. Além do mais com a partir do legado de Jacob Fugger tem inicio um novo e grandioso período histórico, muito complexo e creia-me com muitos fatos varridos para debaixo do tapetão do esquecimento por conveniências históricas. Porquanto são sempre os vitoriosos que escrevem a História, e eles sempre escrevem de maneira favorável a eles. Aguarde-me em 2016, eu espero estar pronta para dar continuidade a esse meu livro "Deus? Sou eu!!!"OS TECELÕES, cujos personagens são as pessoas que tecem essa magnífica tapeçaria da História da Civilização Humana. De qualquer maneira, obrigada por seu comentários que será sempre bem-vindo.
      Forte Abraço,
      Bia Botana

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Allisson Silva,
      Apesar do seu comentário ter sido removido, eu gostaria de explicar que esse é o último capítulo que escrevi desse livro "DEUS SOU EU!"- OS TECELÕES. Talvez o seu entendimento ficasse mais claro se você tivesse lido o capítulo anterior. Mesmo assim, como a sua dúvida é pertinente, tal como você perguntou "Uma coisa que eu não entendi pela lógica é porque uma cidade com augsburgo tão distante das rotas hanseáticas produziu familias como a dos welser e fugger. " , vejo por bem responder de maneira que possa esclarecer a mesma dúvida que outro leitores possam ter também pelo mesmo motivo de não terem lido o s capítulos anteriores.
      A lógica Allisson está na posição geográfica estratégica dessa importante cidade da Baviera. Augsburg foi fundada em 15 a.C pelos generais romanos Drusus e Tiberius, este último enteado do Imperador Augusto 27a.C. -14 d.C) e por isso deu o nome Augusta Vindelincorum, ao campo que logo se tornou uma villa que se tornou capital da província de Raetia. A cidade situada na convergência dos rios Lech e Wertach tinha uma posição geográfica estratégica em aspectos militar e econômico pois dava acesso direto a uma das principais passagens para os Alpes. de modo que Augsburg logo se tornou uma das principais interseções das conecções das vias que na Idade Média se tornariam as principais rotas comerciais. Em 1276 Augsburg alcançou o importante status de Cidade Imperial Livre do Sacro Império Romano Germânico, alcançou grande importância de centro financeiro como entreposto comercial com a ascensão da família imperial Habsbugo. Com o Luteranismo aderiu a Liga Schmalkadic em 1537. Augsburg ao se tornar um importante centro comercial tornou-se base das grandes famílias alemãs de banqueiros, os Fuggers e os Weisers. Mas também deu ao mundo outras proeminentes personalidades, tal como o famoso musico Mozart.
      Espero ter respondido adequadamente a sua dúvida e dado a razão lógica para essa cidade ser tão importante para o desenvolvimento da civilização européia.
      Forte Abraço,
      Bia Botana

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  3. Gostaria de um contato seu para um trabalho que envolve esse personagem magnifico e seu Trabalho humanitário grandioso

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    1. Bom dia Alex Cardoso,

      O contato pode ser via este email mesmo. Mas, sinto desaponta-lo, pois Jacob Fugger Não foi assim "um personagem magnífico e que tenha feito um trabalho humanitário grandioso". No Capítulo seguinte XIX - JACOB FUGGER E O GLAMOUR DOS HABSBURG, eu esclareço melhor a trajetória da família alemã Fugger e como foi que chegou ao poder. No momento eu estou escrevendo a terceira parte, e talvez leve mais um ano ou mais para terminar, devido aos esclarecimentos históricos que se gaze necessários, pedindo uma pesquisa mais profunda. Mas, na minha opinião, você vai se surpreender o quão "manipulativo" foi Jacob Fugger, talvez por isso a sua descendência não ficou e o poder da família Fugger desapareceu no século XVII, coisas de "Deus". Mas essa é uma longa história que ainda eu preciso contar.

      Obrigada por entrar em contato comigo, pois muito aprecio saber o que os meus leitores pensam.

      Abraço Forte,

      Bia Botana

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  4. Gostei da publicação, mas, por gentileza, gostaria de saber as fontes das informações que alimentam o texto.

    Obrigado.

    :)

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  5. Caro Sr, Anônimo,

    Esse é um capítulo de um extenso livro chamado "DEUS? SOU EU" - OS TECELÕES, caso o senhor tivesse lido esse livro desde o seu prefácio e primeiro capítulo, saberia ao chegar ao capítulo 28 que todas as fontes foram recolhidas incansavelmente nos sites disponíveis em português, espanhol, italiano, francês, inglês e alemão sobre questões históricas e inclusive artigos de jornais das mais variadas épocas. O título "TECELÕES" versa sobre os intrigantes relacionamentos da sociedade humana e suas relações com o poder de costurar a História, por fim tem por objetivo mostrar que a pergunta proposta no seu título: "DEUS? SOU EU!", é uma maneira de instigar a curiosidade do leitor sobre essa egocêntrica necessidade humana de querer "ser Deus" ou se fazer de "Deus", naturalmente a resposta está no livro, em seus vários capítulos e cuja conclusão ainda está por vir. Portanto se senhor quer "fontes" elas estão pelo vasto oceano de conhecimento humano até hoje reunido na Internet.
    Este livro não se arroga em ser acadêmico, apenas é meu desejo de contribuir para edificação da sabedoria humana através dos milênios colocando tudo num mesmo lugar. Além do que eu creio que todo conhecimento e sabedoria vem de Deus, e se alguém tem algum direito autoral aqui é o próprio Deus, portanto não erro em dizer que a fonte de informações que alimentam não só esse texto não só esse capítulo, mas todo o livro vem de Deus, porquanto eu sozinha jamais teria conseguido entrelaçar tantas informações e compor uma explicação histórica tão formidavelmente curiosa e interessante em sua explicação do destino humano.
    Espero ter respondido sua pergunta a contento,
    Cordialmente,

    Beatriz Botana

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